ALBERTO FRANCO LACERDA
( Brasil – Minas Gerais )
Nasceu em Nanuque, Minas Gerais, em 10 de novembro de 1978.
Em 2003 graduou-se em Geografia. É cronista, contista e romancista.
Suas crônicas e contos são publicados no jornal Em Tempo, de sua cidade natal.
VIDA E POESIA. Organização Rô Mierling. Torres, Rio Grande do Sul: Editora Illuminare, 2017 41 p. Inclui os poetas: Alberto Lacerda, Camila Fernandes, Carlos Asa, Daniel Mark, Fernando Callado, Koguen Gouveia, Leandra Suzan, Lisa Halloway, Rudson Xaulin, Uelida Dantas, Ziney Santos.
Ex. bibl. Antonio Miranda
A Mulher que Veio do Céu
Saudosos tempos em que não havia perigo
Pobre Santa pensava calma e bela.
Vivendo época de saudosa aquarela
Época que até mesmo a tristeza da gente era mais bela
Onde não havia, da vinte e dois, o abrigo
Quando Anjo, triste, debruçava-se sobre os seios dela.
Fazendo da Santa uma donzela.
Como quem a si mesmo se revela.
Do amor que carregava consigo
No peito, de forma singela.
Que do Anjo o amor, como no início, fosse para ela.
Para não tornar-se final, trágica novela
Santa mulher e Anjo: sentimento amigo.
Nem Da Vinci na mais formosa tela
Refletiria a beleza da vida aquela
Da perfeita casinha, da saudade que tinha daquela
aquarela.
Pelo vinte e dois, amigo
Resolvendo sair da mazela
Entrando para a história, Anjo acende mais uma vela.
Deixando a Santa com a tristeza dela.
Se
Se dor não tivesse existido
Rosa, pranto, um abrigo.
No ombro, um amigo.
Se dor não tivesse sentido.
Se por flores tivesse morrido,
Jardins, na terra, perdido.
A garota, o amor infligido,
Se por flores tivesse recebido.
Se mesmo aventura finda.
Desejo há forte ainda,
Se do amor, a garota antiga.
Se ardente e forte o recebesse
E com ele, doce, permanecesse,
Se no peito ainda abriga.
Minha Última Saudade
E depois de todos os acontecimentos vividos
Só a esperança se faz companheira.
Mas nem ela consegue preencher
O infinito espaço criado pela ausência.
A distância tem o precioso poder
De colocar cada coisa em seu lugar
E mesmo que a imperfeição de cada ato,
Que outrora seria apenas esboço,
Ficou marcado no tempo como obra-prima.
Restando apenas a saudade.
E para quê?
Apenas pra dizer, num tempo mais adiante, que poderia
ter sido algo bom.
*
VEJA e LEIA outros poetas de MINAS GERAIS em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/minas_gerais/minas_gerais.html
Página publicada em novembro de 2022
|